domingo, 15 de julho de 2018

Japão













No Japão,  conheci um olhar  sobre o mundo que extrapola as fronteiras do ego e que se esparrama por tudo que (co) existe.
Do Japão, saiu para o mundo um jeito de existir com energia de vida para a vida.

domingo, 8 de julho de 2018

Planos no olhar




Quantos planos existem em cada olhar?
Que universo reside além do óbvio?
Ao ajustar a lente, é possível contemplar a profundidade de tudo que está presente
Transpondo as barreiras do aparente
Para receber o outrora desprezado pelo vício do instantâneo.

sábado, 7 de julho de 2018

Urbanidades

Pelos lugares por onde ando, observo a luz, os sólidos e as gentes.
Na minha rua, a luz de inverno convida às tarefas, as gentes agora passam a caminho do metrô ou do trabalho e os sólidos novos se misturam a alguns traços de abandono e de decadência.
A cidade está assim: toda mesclada de novo e de abandono.
Hoje, é dia de ir ao Centro, com suas ruas tomadas por um tipo de sujeira metafísica em alguns pontos; é aquele lixo úmido que brota do chão e se junta ao que é lançado pelas gentes.
E esse poluir voluntário revela o que vai nas mentes e nos corações repletos de dor e de tantas ausências.



Escrito em 05/07/2018.

Curta essa vida!


sexta-feira, 6 de julho de 2018

A que cabe

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A vida que cabe em mim quer soltar a franga
Quer pular de tanto dançar aquela música que ecoa no peito
Quer também girar até que algumas peças se encaixem ou soltem de vez...
Pois é no movimento ritmado do corpo, da mente e da alma que a humanidade se revela

Trabalho de casa

Ter uma boa cadeira
Ter um espaço adequado
Ter disciplina

Não ter que atravessar a cidade
Não ter que usar algumas roupas, maquiagem e perfume
Não ter horário imposto

Acordar quando desejar
Acordar para a saúde
Acordar para a vida da casa

Evitar a solidão
Evitar a apatia
Evitar o isolamento

Viver com mais leveza
Viver com gratidão
Viver para coisas novas.
                                                                                                   Rio, 01/07/2018

domingo, 1 de julho de 2018

Acorda, mulher!

Levanta desse lugar que te impuseram
Sai dessa casca de estagnação e acredita no teu valor.
O corpo é teu
As escolhas são tuas
Permita que a tua vida te pertença
Para que possas receber outras vidas
Tua legitimidade está na tua essência
E não, fora de ti

Acorda e vive!

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Poema de Sarau 1 (12/09/2015)


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Eu invento, reinvento, movimento
Às vezes, não me aguento

Anseio viver, mudar, amar
Anseio ganhar, brindar, brincar

Mas sempre em movimento

Equilibrista de metáfora
Procuro nas palavras, a vida que por vezes se cala

Então, invento, reinvento, movimento

Metade de tudo já se foi
Outra parte construindo
E nesse momento
Como inventar, reinventar,, movimentar?

Como saber viver, mudar, amar?

Nem sempre ganhar, brindar ou brincar

Mas no movimento contínuo
As metáforas me cercam
Revisito palavras
Procuro não calar

Invento, reinvento, movimento...

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Aula de teatro




Começa o jogo...
Falar sem palavras sobre o que vai no pensamento e na alma...
Contar uma história sem apoio visual ou sonoro, sejam gestos ou mímicas
Criar um personagem tão denso, que basta olhar para ele que já conseguimos saber o seu ontem e o seu hoje

Isso é uma aula de teatro

Um lugar onde nos sentimos muito mais humanos, mais frágeis, muito mais complexos
Onde o ofício de atuar é uma profunda missão de sensibilidade e de verdade
Quando o olhar, o sorriso e o silêncio desvendam o (des)prazer de sermos únicos e tão profundamente sós...

Isso é uma aula de teatro

Desse quando e onde, a volta pra casa acontece com o coração temperado de amor
E de gratidão
Por sermos vivos, por sermos livres e tão maravilhosamente loucos...

Sobre as cartas de amor


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As cartas, sobretudo, as de amor, são o registro material mais íntimo.
O (d)escrever com as mãos é um ato de amor, de dor...

Como desenhar com palavras o que vai no fundo do abismo
Como voltar à tona do mergulho mais profundo

Transformar em objeto concreto o invisível mais percebido

Seguir umedecendo o papel com tinta e lágrimas
Quanto mais o escrever sobre o sentir acontece
Mais claro o sentimento de desvenda

O papel enruga e cede aos apelos dos líquidos
Um que desenha
Outro que embaça

E segue jogo de transferência
De explosão

E de amor...

quinta-feira, 14 de junho de 2018

51

Mente ociosa
Um amplo campo fértil inexplorado.
Um latifúndio em tempos de fome.

Me nego a mergulhar e viver apenas na rotina.

Como encontrar o que me dá prazer e
me faz sentir produzindo?

Escrever
Criar
Inovar

Me agarro a esse caderno como um fiel amigo

E que as ideias fluam neste lindo dia de maio...

2018
Obs: Depois de quatro anos sem publicar no blog, o mês de maio veio como um presente!

Aqui dentro

Ontem, entendi o que busco tanto
fora de mim
Algo que me estimule, me ocupe, me preencha...

Que equívoco!

Busca vã
Foco absurdo
Preciso mergulhar
bem
F
U
N
D
O

dentro de mim

Olhar direto
Olhar sincero
De quem entendeu
que o que tanto busca

não existe fora.

Aqui dentro,
estão as respostas.

E só de entender isso
Já sinto que comecei a (me) encontrar.

31/05/2018

Viajar

Vivo aqui
Na areia à beira mar
Debaixo desse sol
que agora só aquece e ilumina.
Mas sempre quero ir a algum lá...

Um lá ma montanha
Um lá na Europa
Um lá na América Central
ou
mesmo na América do Sul

Busco lá uma fuga

ou

uma experiência?


31/05/2018

O poema das Rosas


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Sou Rosa (1)
Eu também sou Rosa (2)
Eu também sou Rosa (3)

Todas somos Rosas (1,2,3)

Arrancadas de nossos sonhos (3)
Despetaladas de nosso papel de mulher (1)

Os espinhos dessa vida sangram em nossa alma despedaçada (2)
De doação (3)
De anulação (2)
De submissão (1)

Sou rosa despetalada (2)
Sou rosa murcha (3)
Sou rosa seca (1)

Sou Rosa sem perfume (3)
Que minhas pétalas renasçam  (2)
Que meu viço viva em outros brotos (1)
Que o frescor e o aroma sobrevivam à decrepitude (2)
Do medo (1)
Da angústia (2)
Da finitude (3)

QUE VENHAM NOVAS ROSAS... (1,2,3)

Elaine Vianna
Maio/2018