domingo, 25 de abril de 2010

Sequelas

Há algumas semanas essa palavra tem estado presente no meu vocabulário, sem trema, já que a atualização às novas normas é urgente. O mais intrigante é que era usada na terceira pessoa. Pura simplificação. A terceira pessoa nos isenta, nos distancia. O outro como problema é cômodo, já que nos impede de olharmos para dentro de nós.
Pois é, hoje é dia de faxina. E quando digo faxina, quero explicitar aquele movimento de desordem, onde as gavetas ficam vazias, mas o chão ao redor, cheio de objetos, papéis, restos que se recusam a ser dispensados.
Então tá, sou uma pessoa sequelada também, ok?
Sequelas de uma vida às vezes difícil na adolescência. Sequelas de um casamento desfeito após quinze anos, e por aí vai...
Mas isso não me dá o direito de não conseguir amar e, principalmente, de deixar de acreditar que é possível viver uma relação de amor e respeito, onde as pessoas estão inteiras.
Tenho consciência dos limites individuais, mas por favor, homens acima dos 40, assumam as suas sequelas e tratem-nas !!!
Esse foi mais um episódio da série "Desabafar é Preciso".

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Dúvidas

É normal termos dúvidas sobre coisas aparentemente banais, como as férias.
Porém, algumas vezes essas dúvidas refletem a diversidade de personagens que temos que desempenhar. No meu caso, por exemplo, me deparo com as necessidades de mulher solteira, que adora viajar para grandes metrópoles cheias de opções culturais, gente diferente e a possibilidade de ampliar um círculo de amizades já bastante internacionalizado. Já, outro pedaço de mim quer promover viagens interessantes, nas quais o casal de filhos possa se divertir, conhecer lugares diferentes e conviver de uma maneira mais próxima com a mãe que trabalha o dia inteiro, todos os dias da semana. Uma coisa é certa: estamos falando de férias diferentes, o que é óbvio. A dificuldade consiste exatamente no que fazer com os meninos. Ora penso em opções mais cômodas, tais quais hotéis fazenda, resorts... Mas que coisas mais desinteressantes...Ora, me pego pensando em aventuras ecoturísticas, como os Lençóis Maranheneses...
Mas aí vem a questão: será que vale a pena???
A ansiedade que a proximidade das férias gera poderia bem receber o nome de "tensão pré-decisão", pois a ela soma-se um fato relevante: detesto programar viagens com antecedência.
E, após ler as linhas escritas até aqui, fica difícil saber qual é a causa e qual é a conseqüência.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mensagem para 2010

O que desejar às pessoas queridas nesta época???

Podemos ser objetivos e dizer que paz, saúde e amor são os bens necessários e que,a partir deles, as outras coisas boas da vida podem acontecer.

No entanto, venho construindo há algum tempo uma lista de determinações para a minha vida em 2010. Nessa lista, podem ser encontrados desejos dos mais variados, para mim, meus amigos, minha família, minha cidade, meu país, o mundo...

Não, não estou doida (ainda!!).

O que eu apenas gostaria de sugerir às pessoas que fizeram parte da minha vida nesse ano que já vai, que possam dedicar um tempinho à elaboração de suas listas, a fim de que sejamos todos capazes de poder identificar o que é realmente importante.

Boa sorte a todos e obrigada por sua amizade!!!

Um grande beijo,

Elaine

Gratidão

Pessoas queridas,
Ontem, na reunião de budismo, estudamos um trecho de Nitirem Daishonim, cujo tema é a gratidão.
Ele escreveu, dentre outras coisas, que tudo pelo que passamos em nossas vidas, tanto as experiências boas, quanto as "não tão boas", são efeitos de causas que construímos em algum momento do passado. No entanto, as pessoas que participam das nossas vidas exercem um papel importante para que possamos vivenciar o nosso próprio crescimento.
Por isso, meus queridos, venho manifestar a minha profunda gratidão por tudo que tenho aprendido através de vocês, sobre mim mesma e sobre a nossa existência como seres humanos.

Obrigada!
Elaine

Esse foi um email que enviei para pessoas importantes na minha vida em 26/02/2010.

Amigos...

Sempre valorizei a amizade.
Desde pequena, encontrei nas minhas amigas a cumplicidade que não era tão natural dentro da família, já que não havia outras meninas da minha idade com quem eu pudesse dialogar.
O tempo foi passando e a diferença de idade de dois anos e meio entre a minha irmã e eu, foi ficando menor. Porém, nas minhas amigas eu encontrava um espaço para questionar tudinho, inclusive as relações familiares.
Aí veio o casamento, os filhos, a separação...
Amizades foram dispersas e outras ganharam força, que bom!
Dói muito perder um amigo. Dói muito sentir que algo se quebrou numa amizade.
Mas é muito gratificante perceber que algumas pessoas chegaram a nossa vida pra ficar.
Agradeço aos meninos e meninas que me acompanham e a quem, sempre, procurarei dedicar cuidado, palavras e gestos.

domingo, 18 de abril de 2010

Decisão

Decisão no futebol tem o sentido de fim. É o último jogo, quando não pode haver empate (na maioria das vezes)e o jogo seguinte já pertence ao outro campeonato.
Ainda bem que não é assim na vida fora dos campos.
É torturante imaginar que as nossas decisões representariam um fim, uma última chance. Ao contrário, as decisões podem (e devem) representar um começo, um compromisso com aquilo que foi decidido, porém, sempre que possível, podem ser revistas, avaliadas e, através de gestos de coragem, revertidas.
Não se trata de uma apologia à inconseqüência, não é nada disso.
Trata-se de valorizar os movimentos das nossas histórias, a fim de nos permitirmos uma vida digna, na qual a sinceridade e humildade de ouvir os nossos desejos e sonhos deve ser um exercício constante, já que o tempo passa rápido demais.

sábado, 17 de abril de 2010

Mother

Assisti ao filme coreano. Diferente ritmo, diferente linguagem, uma linda cena de água derramada...Mas, invariavelmente o que marca, principalmente para nós, mães que somos, foi o alerta acerca da influência que temos na compreensão que os nossos filhos têm do mundo.
Ali, um rapaz com problemas de desenvolvimento mental, tem na figura da mãe ao mesmo tempo um porto seguro e um elemento a ser contestado. Claro, as mães são seres contestáveis. No entanto, seu comportamento é completamente influenciado pela orientações daquela mulher.
Em algum momento de sua infância, o rapaz ouviu dessa mãe que, se alguém o xingasse de "retardado", a sua reação deveria ser agressiva. Seria clichê achar aque essa era a postura da mãe ao se deparar com um filho limitado e dependente?
O fato é que ao definir as posturas que o seu filho deveria ter diante das diversidades, ela assumiu o roteiro completo, manipulando e "organizando" a desordem daquela vida conturbada.
Deveria ser esse o papel de toda mãe? Assumir que, diante da impossibilidade de transformar uma situação de imperfeição de sua cria, caberia a ela, então, interceder para que o mundo se adaptasse a ele?
Queremos que nossos filhos sejam felizes, queremos que tenham sucesso, sejam saudáveis, amados e aceitos. No entanto, não podemos perder de vista o fato, para algumas muito doloroso, de que os filhos de hoje deverão ser capazes de serem homens e mulheres responsáveis, independente de suas limitações.

domingo, 11 de abril de 2010

Dividida

Sou uma pessoa perdida e diluída nos meus amores perdidos, amizades desfeitas e sonhos esquecidos.
Vivo à espera do amanhã, já que o hoje é pesado demais às vezes.
Tenho sensações múltiplas através de experiências similares, mesmo sabendo que nada é igual a nada. Tudo é dinâmico, como os átomos que vi nas experiências da exposição sobre Albert Einstein.
Mas a tristeza que hoje sinto, essa é minha velha conhecida.
Sei que não sou essencialmente triste, mas as perdas sempre levam um pouco de mim.
Mais uma, somada às outras, numa totalidade de experiências fascinantes.
E o Flamengo está ganhando...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Que angústia!

É horrível ouvir, ver e ler essas notícias.
O sentimento de impotência invade invariavelmente e tudo vai abaixo.
Corpos são encontrados, famílias destroçadas e aquela certeza de que só vai piorar.